Por Tati K. Fischer*
Você se sente excluído?
Dia 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta da Pessoa portadora de Deficiência. Esta data foi instituída em 1982 e vem sendo comemorada e lembrada todos os anos desde então em todos os estados. É uma data importante para refletirmos e lutarmos principalmente pela inclusão social.
O termo deficiência pode ser usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica, resultando no impedimento para desenvolver habilidades consideradas normais para o ser humano. Levando isso em consideração, podemos concluir que, de certa forma, o alérgico/intolerante pode ser incluído neste grupo, devido a uma disfunção fisiológica que o impede de consumir alimentos que são de consumo comum do ser humano.
Outro motivo para abordarmos este assunto é a questão da exclusão social. Assim como os portadores de deficiência física ou mental, alguns alérgicos/intolerantes acabam sofrendo com a exclusão social apenas por não poderem consumir certos alimentos. Esta exclusão pode partir de amigos e familiares, que acabam insistindo para a pessoa comer “só um pedacinho”, muitas vezes aumentando o constrangimento, fazendo com que o alérgico/intolerante precise explicar de forma constrangedora sobre seu problema ou então acabe consumindo o alimento proibido para se sentir igual aos demais ou evitar ter que dar muitas explicações.
Outra forma de exclusão que observo muito é a própria pessoa evitar os eventos sociais devido ao seu problema. Tanto para evitar a situação citada acima, como para evitar “passar vontade”, pois é muito raro alguém lembrar ou se preocupar em oferecer preparações livres de glúten ou lactose, por exemplo.
Podemos considerar também uma exclusão o descaso das indústrias alimentícias em oferecer alimentos livres dos principais alimentos alergênicos. Existe um crescimento nesta área, mas quem tem alguma restrição alimentar ainda encontra muita dificuldade em encontrar estes produtos com qualidade e preço justo, principalmente em cidades menores (já que as capitais oferecem um pouco mais de opções).
Vamos aproveitar esta data para refletirmos sobre os problemas dos portadores de todos os tipos de deficiências e lutarmos juntos pela inclusão social e plena igualdade de condições.
E você, se sente excluído por causa de sua condição fisiológica?
*A autora é nutricionista pós-graduanda em
Nutrição Clínica Funcional, sócia-diretora da Clínica de Nutrição NutriCare,
localizada em Jaraguá do Sul – SC – Telefone: (47) 3055-0969.
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O único problema que vejo nesse post é o termo "portadores de deficiência". Estive na CONAE (Conferência Nacional de Educação) em Brasília em 2010, e os muitos deficientes que lá se encontravam pediram para mudar esse termo em todo o documento final da Conferência (este documento é o que está sendo discutido no Congresso para a elaboração do Plano Nacional de Educação, uma lei que vale por 10 anos e rege a educação em todo o território nacional). O argumento utilizado é o de que eles, deficientes, não podem deixar suas deficiências em casa, ou seja eles não "portam" não carregam sua deficiência por opção, é uma condição permanente. Por isso a preferência pelo termo deficientes.
Abraço!